Edifício TETRIS
Quando tratamos de um edifício formado por células habitacionais devemos obrigatoriamente,
através da arquitetura, estimular o uso de seus espaços e promover a integração social entre
seus habitantes. Alguns pensadores após a II Guerra Mundial, lideradas por grandes mestres da
arquitetura e da sociologia, já discutiam os conceitos adotados na arquitetura destes edifícios, os
quais normalmente eram voltados para resolver apenas problemas aritméticos, tais como déficit
habitacional, mas nunca foram pensados em resolver o bem-estar de seus usuários. Esta talvez
seja a principal variável de análise deste tema: como sair fora de receituários arquitetônicos tão
pragmáticos e de fácil aplicação nos nossos projetos para resolver este tipo de edificação?
Se observarmos
com parcimônia temos muitos bons exemplos para analisarmos em nosso mundo atual,
exemplos estes que abordam conceitos estabelecidos desde o modernismo até a atualidade, ou
seja, as exigências da contemporaneidade.
Os bons estudos arquitetônicos e obras já elaborados para atendimento ao tipo de programa de
habitação coletiva, sempre buscam a otimização de seu uso espacial e a minimização dos custos
de construção e manutenção destes edifícios, transformando-os em novos sistemas de viver. Infelizmente
poucos foram edificados. Muitos dos bons projetos, talvez tenham sido pressionados pelo
perverso sistema econômico estabelecido pela arquitetura imobiliária.
ABORDAGEM DO TEMA
Elencamos os principais pontos abordados neste projeto, mesmo quando nosso pensamento
arquitetônico divergia daquilo que foi solicitado:
1 Parquear os veículos em as áreas formadas por pilotis e que possam remeter outros usos
além destes, tais como encontro, diversão etc.;
2 Ter uma melhor relação com o meio ambiente e o meio urbano de seu entorno (natureza
e paisagem criada);
3 Apropriação da tecnologia de ponta na construção civil, considerando-se sempre a melhor
relação custo-benefício (pré-fabricada ou convencional);
4 Criar unidades habitacionais flexíveis, possibilitando que seus moradores possam incorporar
em seus espaços seus desejos;
5 Proporcionar em cada andar do edifício um espaço destinado ao uso comum, formado
por uma horta comunitária e ponto de encontro de todas as famílias;
6 Favorecer que o prédio seja permeável de luz, insolação e ventilação naturais;
7 Circulações comuns com caráter de calçadas elevadas favorecendo as pessoas transitarem
por ambientes abertos e arejados.
8 Aproveitamento máximo dos recursos energéticos oferecidos pela natureza.
PRODUTO FINAL
O produto desta abordagem do tema resulta em uma edificação personalizada, que se apropria
de tecnologias da pré-fabricação ou da tecnologia convencional, dando o caráter necessário ao
edifício, além de personalizá-lo no espaço urbano.
Um volume rico por sua forma e cores será sua marca. Sua edificação será facilitada, pois sua
construção adota uma modulação estrutural assim como padronizações de elementos construtivos
tais como esquadrias, lajes de pisos, tetos, proteções etc.
Todas as unidades habitacionais serão marcadas por sua flexibilidade espacial, facilidade de manutenção
e liberdade ao usuário de compor seus espaços conforme suas necessidades, respeitando-
se sempre o edifício como um todo e a proposta original estabelecida.
O conjunto é formado
por 48 unidades habitacionais, sendo 6 destinadas a pessoas portadoras de necessidades especiais
- P.N.E.
Local: Recanto das Emas - DF
Cliente: Governo do Distrito Federal - GDF
Data do projeto: 2016
Área do projeto: 3.075m²
Equipe: Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados - Sérgio Parada e Rodrigo Biavati (autores), Felipe Miranda, Victor Villar (coautores), Daniela Werneck, João Walter e Larissa Pontes (colaboradores)
Imagens: Victor Villar
Cliente: Privado
Construção: 3.075m² | Terreno: 900m²
Recanto das Emas/DF - 2016