Edifício Garagem de Congonhas
PLANO DE OCUPAÇÃO
Nesta fase de projeto, quando iniciamos a elaboração do segundo projeto executivo do Edifício Garagem, tendo em vista que a primeira proposta teve dificuldades para sua implantação, seguimos os mesmos conceitos anteriormente adotados, ou seja:
1. ordenar o espaço urbano com uma construção que não agrida seu entorno, principalmente pelo mesmo já estar comprometido com os demais edifícios;
2. criar uma praça na laje superior do edifício, cujo espaço integra-se ao acesso do atual saguão principal do Terminal. Desta forma cria-se um espaço atrativo, ordenado e dotado de equipamentos que possam torná-la segura 24 horas por dia.
3. os pavimentos de estacionamento estão parte aflorando a cota do terreno (2 níveis) e parte enterrados (3 níveis).
Esse edifício funcionará de forma autônoma sem impedir a construção do outro Edifício Garagem – complementando o Plano de Ocupação.
A nova proposta apresentada para o Edifício Garagem define uma forma arquitetônica cujo perímetro respeita as estruturas vegetais de grande porte que compõem seu entorno. Dessa maneira a planta do edifício está delimitada por duas paredes curvas, uma acompanhando o desenho da via que tangencia o Terminal existente e a outra parede, que intercepta essa em dois pontos, formando a outra curva.
CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS - ENTORNO
A circulação viária externa está proposta de modo a criar um anel, que para tal exige a execução de um viaduto interligando a cota superior do acesso ao prédio existente à via inferior. Esse sistema viário permite aos usuários deixarem os passageiros no pavimento de check-in e retornar para estacionar o veículo sem precisar sair da área frontal do Terminal de Passageiros, como atualmente ocorre.
O anel foi estudado de forma a dar alternativas para que o veículo possa ter acesso imediato ao Edifício Garagem ou ao estacionamento a céu aberto, e tenha possibilidade de saídas nos dois sentidos da Av. Washington Luís. O acesso ao anel continuará aontecendo como hoje, mas possibilitará no futuro executar-se uma trincheira sob a Av. Washington Luís, para que o fluxo viário no sentido Centro–Aeroporto (que é de maior intensidade) não fique estagnado pela existência do semáforo.
CIRCULAÇÃO VEÍCULOS - EDIFÍCIO
A circulação de veículos no interior do edifício é clara e disciplinada. Tanto a entrada quanto a saída no pavimento térreo estão dimensionadas para atender o volume veicular para o qual está dimensionada a edificação (2550 veículos), lembrando-se que esse tipo de estacionamento tem fluxos constantes e nunca de grandes concentrações em picos, como acontece em garagens para cinemas, teatros, etc. Desse pavimento o usuário poderá optar através da sinalização adequada à utilização deste mesmo pavimento ou do 1º pavimento e subsolos.
A circulação interna faz-se através de um anel periférico cortado por vias que definem as ilhas de estacionamento. As vias, sempre de sentido único, foram dimensionadas com largura de 5.00m com vagas laterais com 5.00m cada, sem interferências estruturais, facilitando assim as manobras veiculares.
CIRCULAÇÃO DE PEDESTRES
Da mesma forma que a circulação veicular é ordenada e clara, os pedestres também deslocam-se com facilidade no conjunto arquitetônico. Dentro dos pavimentos para estacionamento são criadas, através dos sistemas de sinalização, setorizações com códigos e cores, assim como a criação de faixas horizontais induzindo o trânsito dos pedestres de forma a terem preferência sobre os veículos.
As circulações verticais, compostas por 4 prumadas, foram classificadas em 3 exclusivas de emergência e a principal no centro do edifício que, além do conjunto de 4 elevadores dimensionados para suas características de uso, também é dotada de escada de emergência. Nas prumadas exclusivas à circulação de emergência, as saídas encontram-se no pavimento térreo, utilizando-se os dois grandes acessos caracterizados como entrada e saída de veículos e uma terceira que foi situada de forma estratégica visando atender às exigências das Normas Municipais e do Corpo de Bombeiros. Já na escada da circulação principal o acesso de emergência se dá ao nível da praça, formando assim outra alternativa para o escape.
Os usuários da garagem tem duas circulações bem definidas, a primeira através do platô da praça que integra-se ao atual Terminal de Passageiros por passarelas cobertas, transformando tal trajeto em um caminhamento agradável e lúdico. No pavimento térreo também há um acesso coberto onde o usuário pode chegar no saguão do subsolo do Terminal de Passageiros.
INFRA-ESTRUTURA
As áreas reservadas para a central de utilidades e reservatórios de água do Terminal e Edifício Garagem estão localizadas junto ao corpo do prédio em posição mais próxima das entradas das redes públicas de energia e água. Nesse local estão localizadas a área destinada à casa de bombas e reservatórios, os quais ocupam os espaços vazios sob o novo viaduto, fato esse que otimiza as estruturas e diminui as interferências na arquitetura com outros volumes edificados. A subestação de energia (geradores e transformadores) também se localiza em área que dá acesso direto ao 1º subsolo do edifício.
Para atender ao Terminal de Passageiros, a subestação está localizada em área do subsolo do próprio prédio, aproveitando-se espaços ligados ao exterior e favorecendo sua manutenção.
As atuais áreas destinadas aos reservatórios e subestação serão desativadas somente após as novas áreas entrarem em operação, quando serão destinadas à praça no pavimento térreo.
SISTEMA ESTRUTURAL
O sistema construtivo proposto atende às exigências técnicas considerando-se principalmente a minimização do impacto ambiental na área. Devido ao espaço da edificação ser limitado, a utilização da pré-fabricação e o uso de sistemas metálicos foram amplamante utilizados.
As paredes externas ao edifício são executadas em uma estrutura tipo grelha em concreto armado fechadas por blocos de concreto. As prumadas das circulações verticais também são em concreto armado, sendo que a principal – a que contém o conjunto de elevadores – emerge além do nível da praça criando as alturas necessárias para a instalação de máquinas e reservatórios de água.
As estruturas internas, em módulos de 15.00 x 7.50m são executadas em aço. Os pilares em forma de "I" sustentam as vigas, também metálicas, que correm no sentido transversal do edifício (vãos de 15.00m). A amarração da estrutura no sentido longitudinal será feita através das próprias lajes pré-moldadas em concreto, vencendo os vãos de 7.50m. No nível da praça haverá uma grande cobertura em aço na forma de dois triângulos com sistema de apoios em uma eixo central e atirantadas em suas abas laterais.
Equipe:
Sérgio Parada Arquitetos Associados S/C – Sérgio Parada (autor); Rodrigo Marar, Rodrigo M. Biavati, Suyene Arakaki, Marcelo Sávio, Igor Campos e Carlos Weidle (co-autores), Roberto Caril, Veridiana Goulart, Lívia Silveira, Marina Pavoni, Carlos Fábio Fernandes e Ana Carolina Gallo (colaboradores); Rosa Klias e Luciano Fiaschi (paisagismo); Esther Stiller (luminotécnica)
Fotos: Luiz Marques e Marcelo Scandaroli (Editora PINI)
Cliente: Concessionária do Estacionamento de Congonha S.A./INFRAERO
Tipologia: Institucional
Construção: 60.337,29m²
São Paulo / SP - 1998-204